segunda-feira, maio 28, 2007

3:33

Só pra constar,

Acabei de assistir Click pela primeira vez. Levantei do sofá relativamente satisfeito, dei a volta no mesmo e olhei sem querer para o Nextel da minha mãe carregando em cima da cômoda. Eram 3:33.

Creeeeeeeeeepy.

E eu nem acredito muito nessas crendices, mas vai saber...

quarta-feira, maio 23, 2007

Até mais, e obrigado pelos peixes!

Okay...

Eu tinha duas idéias para esse post. A primeira era levantar uma discussão séria sobre o estupro, após ficar um pouco abalado ao assistir o filme Terra Viva (eu tenho um problema claro com garotas bonitas e com ar de inocente sendo violadas por criaturas bizarras), a segunda, era falar sobre o próximo dia 25, sexta-feira.

Como estou com preguiça, no trabalho, e o assunto do estupro é extenso demais optei por falar sobre o dia 25.

Essa sexta-feira estréia Piratas do Caribe – At worlds End. Não suficiente, ainda é o aniversário da morte de um dos caras mais bacanas que já existiu no universo, Douglas Adams. Também conhecido por ser o escritor da trilogia de cinco livros “Hitchhiker’s Guide to the Galaxy”, aquele mesmo que tem os golfinhos que agradecem pelos peixes e o andróide maníaco depressivo (não preciso me dizer o quanto me identifico com o Marvin, não é mesmo?).

Pra quem não sabe, o livro fala basicamente das aventuras de Arthur Dent, um inglês (e isso resume tudo), pelo universo. O que envolve a destruição e reconstrução da Terra, perguntas sem resposta, o número 42 e – principalmente – toalhas!

O Guia dos Moxileiros diz o seguinte sobre toalhas (a tradução pode ser um pouco diferente do livro em português):

“Talvez um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as geladas luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia de Santragino V, respirando seus inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer em uma jangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você - estúpido feito um burro, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoalvemente limpa.

Por alguma razão, se um "strag" [gíria moxileira para não-moxileiros] descobrir que um moxileiro trouxe sua toalha, ele vai automaticamente acreditar que o moxileiro também trouxe sua escova de dente, flanela, sabão, caixa de biscoitos, frasco, compasso, mapa, bola de lã, spray, roupas para tempos chuvosos, traje espacial, etc... Por conta disso, o "strag" poderá então emprestar tranquilamente ao moxileiro qualquer uma dessas ou uma dúzia de outros itens que podem ter sido "perdidos" acidentalmente, sob efeito de que qualquer um que viaje o comprimento e largura do universo, brigue, pene, lute contra chances terríves de sobrevivência e vença e ainda assim saiba aonde sua toalha está é claramente um homem para se admirar"

A genialidade de Douglas Adams está em justamente conseguir transformar pequenas trivialidades em objetos interessantes. Um humor inteligentíssimo e ao mesmo tempo cativante. Seus livros tratam de coisas simples que foram mitológicamente transformadas em temas complexos – ou nem tanto assim – aonde as coisas podem ou não fazer sentido.

Você sabe que está num universo de Douglas Adams quando:

- O verdadeiro líder do universo é um homem simples e sábio vivendo numa cabana de madeira com seu gato.

- A Terra só existe porque os golfinhos fizeram uma campanha para salvá-la e arrecadaram dinheiro para construir uma substituta.

- Marvin the Paranoid Android é 37 vezes mais velho que o universo.

- A mensagem final de Deus é: “Desculpe-nos pela inconveniência”.

Dia 25 é o dia do aniversário da morte do autor, e é também o dia oficial da toalha. Por conta disso, existem “flashmobs” no mundo inteiro (inclusive no Brasil) que incentivam todos os fãs da série a saírem por ai e passarem um dia inteiro carregando suas toalhas junto de si mesmo. Eu não sou um cara de apoiar esse tipo de coisa, porém, estou realmente tentado.

Toalhas na estréia de Piratas do Caribe então? Hahaha...

terça-feira, maio 08, 2007

O poder dos nomes.

"What's in a name? That which we call a rose / By any other name would smell as sweet." – Romeo & Juliet by Shakespeare.

Essa frase é dita por Romeo. Ele indaga qual a importância de um nome, se uma rosa seria doce igual se tivesse outro nome. Não considero essa imagem contraditória ao que meu texto vem dizer, pra mim, ela ajuda a reforçar o contexto. Os nomes têm poder, e os dois personagens da obra romântica sofrem por conta do poder de seus nomes.

Vejo a função do nome como sendo aquilo que define alguma coisa. Sabemos que uma cadeira é uma cadeira unicamente porque ela possui um nome que a defina, e que a partir dele, possamos reconhecê-la e a todo o seu grupo. O mesmo acontece com todas as outras coisas, até mesmo as que não possuem forma física, que são puramente conceito – mãe, por exemplo. Ou sentimentos como amor e saudade. Sabemos que sentimos saudade porque aquele sentimento de falta acompanhado pelo desejo de ter a pessoa relacionada perto é saudade por conta do termo, de outra forma, seria apenas algo que não saberíamos direito o que é.

Acredito que as pessoas também sejam mais ou menos assim. Somos definidos por nossos nomes, e sem eles não existimos. Quando ninguém te conhece, ou ninguém sabe seu nome, é costumeiro que você seja tratado como ninguém – uma figura inexistente, um espectro, até que cause alguma reação que chame a atenção para si – então, a pessoa irá educadamente perguntar o seu nome e a partir daí iniciar uma relação. A partir daí, sempre que seu nome for mencionado, as pessoas que possuem a sua imagem em seu “banco de dados” irão automaticamente relacionar a sua figura ao nome, e você será “lembrado”, e por conta, existirá.

Indo além, o seu nome é tão poderoso que é capaz de trazer a tona sentimento ou causar manifestações diversas. Quando alguém nutre algum tipo de sentimento quanto a você é impreterível que o sentimento aflore à menção do seu nome. Alguns nomes mais icônicos causam ainda mais, Bono Vox pode remeter a uma canção e Che Guevara a uma discussão política. Por Zapata pessoas vão à rua. É tido na maioria das lendas urbanas e jogos de RPG por ai, que os “demônios” guardam a sete chaves seus nomes, pois através deles é possível controlá-los.

A numerologia jura de pés juntos que a partir da composição do seu nome vertido letra a letra em números é capaz de dizer a sua personalidade, e muita gente no mundo acredita nisso – e como qualquer outro tipo de crendice existe até momentos em que faz sentido. Tirando as formas de tratamento em geral - ser tratado pelo sobrenome causa aparente importância, quando pelo primeiro, proximidade ou simplicidade.

Agora, se um nome possui poder... Se ele é capaz de definir a sua personalidade, causar manifestações, remeter a figuras, conceituar a imagem, entre tantas outras coisas, eu não consigo entender porque as pessoas comumente abrem mão de seus nomes, “únicos” em sua própria forma, em prol de apelidos esdrúxulos ou no mundo mais “hipe”, nicknames.

Se aquilo que te define desde quando você nasceu é o teu nome para que você quer chamar “Batata”, “Magrão”, “Stinky”... Ou ainda pior, “Naruto”, “Hyoga”, “Jack Sparrow” ou outros nicknames virtuais em geral. Batata não é você, batata é um negócio que fica uma delícia quando é frito e comido com filet mignon. Você não chama Naruto, ele é um personagem tosco de desejo japonês que tem tracinhos no rosto.

Veja bem, não tenho nada contra apelidos carinhosos entre namorados ou família, até diminutivos ou apelidos relacionados ao próprio nome do dito cujo. Até consigo entender os apelidos que recebemos de zoação das outras pessoas – desde que esteja claro que é uma zoação, e você não o adote definitivamente -, mas eu não consigo me relacionar com um cara que vai ser chamado de “Formiga” para o resto da vida. É diferente você adotar uma identidade virtual (um código pelo qual você vai ser reconhecido quando estiver navegando ou fazendo algo por aqui) de você passar a ser reconhecido, definido, por um termo que remete a outra imagem que nada tem a ver com o que você é inicialmente.

Acredito piamente que quando você perde seu nome você perde a sua identidade. E que qualquer identidade desenvolvida por sob um nome que não o seu é puramente uma máscara – tão significativa quanto às diversas máscaras psicológicas que já usamos para nos cobrir e proteger. E por isso, é coisa de perdedor.

Gabriel “Journeyman” Rodriguez Cal.

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Pós-Escritos:

Demorou, mas atualizei. Ando sem tempo por causa do trabalho. Acho que dessa vez termina na quinta feira, nem tenho entrado direito no msn.

Tinha algumas coisas que eu queria comentar:

O Skol Beats foi muito bacana. Finalmente consegui ir sem alguma desgraça acontecer no percurso, fui na sexta-feira ver David Guetta e MstrKrft, o Guetta foi alucinante com seu groovy house, provando que esse ano figura tranquilamente no top 10. Já os caras do MstrKrft não foram, infelizmente. Eles iam tocar 7h da manhã, mas ficaram doentes. Uma amiga que foi no Coachella disse que o show dos caras foi um dos top 5.

No lugar de destaque da noite, ao invés do MstrKrft que não foi, coloco Addictive TV. Se der procurem filmes dos caras no youtube, eles são geniais. Mesclam o som eletrônico com áudio e vídeo original de diversos shows, filmes e clipes. Tipo, tiveram a manha de mesclar os principais filmes do Tarantino com um show do Queen e uma batida eletrônica contagiante. Muito bom.

Quanto ao Spider-Man III, não sei o que vocês acharam, mas eu me decepcionei. [Spoilers] Pra mim só tem algumas poucas coisas que valem a pena no filme: o Sandman “fumaça-do-lost”, a Bryce Dallas-Howard maravilhosa como Gwen Stacy, o Stan Lee e principalmente o James Franco ficando deformado e morrendo – odeio esse filho da puta! Ele é a Katie Holmes homem! Torto maldito! O resto do filme é meio patético. Longo de mais, ele tenta compensar o tamanho com sketchezinhas de humor tosco e um Peter Parker emo-catador-revoltado. Whatever.

Sem negritos porque estou morrendo de dor de cabeça. Até a próxima.