quarta-feira, abril 29, 2009

Vida de Agência

Como um projeto bacaninha vira um projeto ruinzinho durante a própria reunião de briefing... antes de se conseguir pensar qualquer coisa interessante.

Idéia Inicial:

“Vamos criar uma casa maluca! A decoração pode ser toda diferente, divertida e pontual por cômodo. Dividimos a casa em diversos cômodos como: sala de estar, quarto do filho, escritório, quarto da filha, banheiro, cozinha e jardim e fazemos ações em cada um desses espaços.

Na sala de estar podemos colocar um cinema interativo, com alguma animação ou desenho animado em cartaz no cinema, ou então uns sofás confortáveis onde as crianças deitarão e assistirão à projeções no teto enquanto uma contadora de história faz o que o nome dela diz.

No quarto do filho, podemos fazer algo bem high-tech com videogames de última geração, ou uma lan house, onde as crianças interajam entre si. No quarto da filha fazemos algo bem feminino, com maquiagem, personalização da roupa, corte de cabelo, algo por aí.

No escritório seria legal se fizéssemos um quarto todo branco, onde a criança poderá pintar a parede do jeito que quiser – quem sabe usando aquelas canetinhas lasers ou até mesmo tinta. Distribuímos camisetas brinde da ação pra usarem como uniforme nessa parte. O banheiro serve pra ser usado como , adivinha, banheiro. Na cozinha, podemos contratar uma cozinheira mirim que ensine as outras crianças a fazer algum doce gostoso, e comer.

No Jardim colocamos uns brinquedos legais, a criança sua um pouco e vai embora. ”

Idéia Entregue:

“Cenografia é caro. Não dá pra fazer algo grande. Melhor tirar o teto. Que vcs acham daquela musica “era uma casa muito engraçada, não tinha teto não tinha nada...”, fica sendo esse o tema. Não tem nada a ver, mas precisamos justificar a casa sem teto.

Tinta suja. Não dá. Corta o escritório. A cliente não gosta de tecnologia. Corta o quarto do menino. Quarto da menina fica sendo o único quarto, daí vai ter maquiagem, pintura de cabelo fake e tatuagem de água. Anota aí.

Na sala, esse negócio de desenho, ou vídeo que a mulher fala não dá certo, quem vai produzir o vídeo? Faz assim, uma TV de plasma com umas imagens de PowerPoint que a contadora mesmo seleciona e monta, daí ela conta a história e quando falar, por exemplo, sobre um tigre, aparece a figura de um tigre na TV. Excelente!

Na cozinha não dá pra fazer nada de comida! Não tem permissão da vigilância sanitária. O que?
Vc ta perguntando se não dá pra tirar a permissão? Não, não dá, muito complicado! Faz assim, agente leva uns muffins pré-prontos e a promotora ajuda as crianças a decorar. Daí elas levam o muffin pro jardim, comem e vão embora.

Ah, de brinde elas tiram uma foto na saída e os pais buscam na fotótica. Legal gente! Fechou, só escrever! Quero dar uma olhada nisso amanhã de manhã!”

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PS: Post número 90.

segunda-feira, abril 20, 2009

Mini-Série - Teaser, capítulo 5

A mini-série do meu TCC ainda não tem nome. Qualquer sugestão é bem vinda. Segue um teaser do 5o episódio.


Episódio 5: Júlia

Júlia retocava a maquiagem no banheiro quando Thomaz se aproximou. Ela o mirou por sobre os ombros e sorriu, mordiscando o lábio inferior. Ele a abraçou por trás, colando o corpo junto ao dela.

- Hmm... o que você trouxe pra mim, einh? – Ela murmurou em um tom sensual. Olhando-o pelo espelho em sua frente. O coreano sorriu com o canto dos lábios e se afastou um pouco da belíssima mulher à sua frente. Colocando as mãos no bolso, retirou um pequeno envelope de plástico, transparente, contendo um pó branco.

Ela sorriu e bateu palmas, mordiscando o lábio.

- Gostou, não é? Hahaha... Maaaaasss... você ainda está me devendo da última vez, lembra? E eu não gosto muito de vender fiado. Acho que você vai ter que me pagar, primeiro...

Ela jogou o cabelo por cima dos ombros e se aproximou novamente de Thom, empurrou-o um pouco para trás e encostou-o na parede. Uma das mãos dela percorreu o peito dele, descendo por sua barriga, até o cós de seu short, apalpando-o gentilmente.

- Hmmm... olha só... Que tal se eu te pagasse, em dobro, e com juros? Você não vai se arrepender, você sabe... Mas primeiro...

Com a outra mão, Julia tomou o envelopinho de pó branco da mão dele habilmente. Afastou-se novamente e deu uma piscadela, abrindo o saquinho e depositando o pó sobre a pia.

O coreano se aproximou novamente, colando o corpo no dela, deslizando uma das mãos pela cintura da loira, a outra buscando uma carteira no seu próprio bolso traseiro. Colocou-a por sobre a pia e a abriu, tirando um cartão de dentro e estendendo para a mulher. A mão que acariciava a cintura de Julia agora cobria um de seus seios, por sobre a blusa.

- Tó. Divirta-se.

Ela riu baixo, pegou o cartão e passou a modelar o pó, formando várias linhas grossas próximas uma a outra. – Você também, querido. Divirta-se. – a voz dela soava excitantemente vulgar, Thom apertou mais forte o seio dela por sobre a roupa e ela gemeu baixo. Buscou com as mãos na carteira dele uma nota de 10 reais, enrolando-a e formando um pequeno canudo.

O coreano colocou uma das mãos por baixo da saia de Julia. Ela gemeu novamente e inclinou o corpo por sobre o balcão, segurando o canudo com as mãos, puxou forte todo a primeira linha de pó que havia feito, tragando-a. Thomaz aproveitou a posição da mulher, inclinada sobre a pia, e com agilidade removeu a calcinha dela até a altura do joelho. Ela olhou para trás, os olhos brilhando e um sorriso cretino no rosto.

Ele soltou o botão do short e deixou-o escorrer perna abaixo. Ela mordeu o lábio e voltou a cheirar outra linha de pó branco.

Não muito depois os dois corpos começaram a movimentar-se sexualmente, de forma pouco coordenada e interrompidos hora ou outra por Julia cheirando mais cocaína. O som dos gemidos dela abafou o barulho dos passos apressados de Milla pela escada, e quando ela escancarou a porta, provavelmente com vontade de utilizar o banheiro, surpreendeu os dois tanto quanto a ela mesma.

- Que merda é essa!? JULIA! THOMAZ!

Ela estava espantada. Mas não tanto quanto Julia, que automaticamente empurrou Thomaz para longe, colocou a calcinha de volta, pegou sua bolsa e saiu trotando de dentro do banheiro, escada abaixo. Thomaz parecia sem reação. Milla sentiu um ódio que não conhecia crescer dentro de si, encarando Thomaz nos olhos. Ele percebia, e parecia ter espasmos esporádicos de tremedeira nas mãos.

- É... olha só, Milla... não... não é o que você ta pensando, cara... São negócios. Sei lá... meu... Seu irmão, não conta pro seu irmão. Olha só, eu ficaria em débito pra sempre com você... de repente, eu posso até te dar umas coisas, sabe? Meu... que merda...

Milla escutou estática todas as palavras de Thomaz, segurando-se para não gritar alucinadamente.

- Sai daqui, Thomaz. É melhor. Você é um babaca, mas a culpa não é sua, você é homem e idiota como quase todos eles. Mas quando eu contar pro Lucca, você sabe o que ele vai fazer. Ele vai acabar com você.

Dizendo isso, voltou caminhando com passos duros e firmes para a escada. Júlia estava lá embaixo, caminhando para a cozinha. Antes que pudesse chegar, Milla a interceptou, puxando-a pelo braço. As duas se encararam. Milla e seu ódio, Júlia e seu espanto.

- Vaca! Como você pode?

Julia não sabia o que dizer. O lábio inferior tremeu, e os olhos vermelhos pareciam prestes a chorar – uma grande atriz, talvez?

- Como você pode trair um cara como o meu irmão, com aquilo lá? Um drogadinho idiota. Você é uma vaca! – Milla falava alto e gesticulava agressivamente.

- Vaca? Olha só, Milla... não é todo mundo que tem essa sua vidinha perfeita, ta? Namoradinho perfeito, irmãozinho perfeito, familhazinha perfeita...

- O que? HAHAHA. Não seja ainda mais estúpida em achar que seus problemas te dão direito de sacanear com o meu irmão. Eu vou contar pra ele, sua vadia! E é bom você sair daqui... porque eu não sei o que sou capaz de fazer com você...

Milla parecia pronta para partir para cima de Júlia quando um rapaz de cabelos negros, pouco maior do que ela, a puxou pelo braço e a levou forçadamente para a cozinha. Julia ficou aliviada pela interferência de Artie.

Thom desceu as escadas e encontrou Julia ainda ali. Ele olhou seriamente para ela, e Julia o olhou de volta. A voz dele soou estranhamente sóbria:

- Precisamos pensar em algo. Se ela contar para o Lucca...

terça-feira, abril 14, 2009

Aguenta Essa!

Convidado pelo meu querido colega Daniel Pinheiro, iniciei hoje em um novo projeto de blog humorístico:

http://aguentaessa.blogspot.com/

Visitem!

quarta-feira, abril 08, 2009

Feliz Páscoa!

Normalmente, eu não costumo gostar muito dessas datas comemorativas.

Hoje em dia, a maior graça, pra mim, é o fato de termos feriados durante a semana e às vezes, se tivermos sorte, o feriado cai numa terça ou quinta e todo mundo é liberado do trampo e da facul na segunda ou sexta.


Quer dizer... eu não reclamo de ganhar presentes no Natal, do Papai Noel e tudo. Mas aquela coisa de luzinhas não me encanta mais. E eu também não me importo de viajar no Ano Novo, encher a cara de pró-secco ou champagne e dar PT na areia. Mas pular ondinha e new year’s resolutions nunca foram minha praia.

Agora... da Páscoa, eu gosto de tudo! Incrível.

Sei lá... deve ter a ver com a tradição investigativa da Páscoa Brasileira. Eu sempre gostei dessas coisas de achar algo escondido, caça ao tesouro, coisa e tal. Ainda mais quando o brinde no final era uma coisa bacana – tipo um montão de chocolate branco crocante em forma de ovo. Ai ai...

Ou talvez tenha a ver com a minha família.


Tenho algumas memórias bacanas da minha infância, sobre essa data. Lembro de uma vez que meus pais encheram a casa de pegadinhas de coelho, que iam do lugar onde o ovo de páscoa estava escondido, pelos corredores, até a nossa cama. Eu imagino que deva ter levado séculos pra fazer cada uma das pegadinhas caprichadas, com os dedos, por toda a casa. Eu e a Amanda ficamos espantadíssimos com o quanto o Coelinho da Páscoa caminhava pelo lugar antes de deixar os ovinhos, e claro, felizes com o presente deixado por ele, no final.

Isso sem contar as inúmeras vezes que dormi na casa da minha avó e que ela mesma escondia por vários pontos distintos da casa os meus ovos de páscoa – até mesmo durante a adolescência, e me fazia procurar cada um deles, algumas vezes dando dicas de onde poderiam estar, e quantos eram.

Acho que graças ao trabalho dos meus pais e avós em sustentar a credibilidade das figuras do imaginário infantil, eu fui uma criança muito feliz. E que acreditou em Coelinho da Páscoa e Papai Noel até bem tarde. Eu gostaria de ter o mesmo cuidado com essas tradições com meus filhos, no futuro, acho importante no desenvolvimento emocional da criança.

Acho que no final eu tive bastante sorte. Eu não costumo valorizar verbalmente o trabalho que eles tiveram em sustentar a magia do “ser criança”, mas por ter sido criança por tanto tempo – bem mais tempo do que o meu irmão mais novo, por exemplo – eu hoje, creio, sou um adulto mais equilibrado e feliz. Tenho muito que agradecer, apesar de terem passado por fases muito ruins – financeiramente, afinal, meus pais são artistas, e artista não ganha dinheiro -, toda a Páscoa eu ganhava vários ovos, todo Natal, diversos presentes. Não tenho muito do que reclamar, da minha família. E creio que nem meus primos, ou meus irmãos... até hoje, contratamos um Papai Noel para a festa de fim de ano.

Anyways... Feliz Páscoa pra vocês. Que ganhem muitos ovos, engordem muitos kilos e sejam muito felizes.