domingo, janeiro 14, 2007

Você não sabe, mas lembrei de ti antes de dormir....

Passei o dia inteiro pensando em você.

E eu sou daqueles que acha que faria um bem tremendo para o ego, amor próprio ou auto-confiança (o que preferirem) das pessoas se toda vez que alguém pensasse nelas um bipzinho neurológico soasse, do tipo Bom dia fulaninho, alguém está, nesse momento, pensando em você com carinho!. Óbvio que a rima nem sempre é necessária.

Fato é que todo o dia, em vários momentos, nos pegamos pensando em alguém que nos é especial ou nos marcou de alguma forma. É comum que associemos pessoas a alguma representação sensorial, uma imagem, um som, um cheiro, um gosto, e conforme o dia passa e as situações cotidianas vão acontecendo torna-se praticamente involuntário que as tais associações façam com que nos lembremos dessas pessoas, principalmente quando são associações carinhosas e amorosas, que de alguma forma parecem ter prioridade na nossa psique.

Eu me pego várias vezes ao dia pensando em alguém sem nem ter reparado. Do tipo, caramba, esse filme me lembra fulano, ou nossa, imagina se fulana estivesse aqui agora vendo isso, ou hm, mas esse perfume tem o cheiro de beltrana, entre tantas outras possibilidades. Existem particularmente dois momentos que são de tremenda importância na minha rotina, são os momentos em que mais me passam pela cabeça idéias, lembranças, desejos e porque não, pessoas. Durante o banho – não qualquer banho, mas aquele do fim da tarde, começo da noite, o mais demorado e mais gostoso de todos -, e antes de dormir. Antes de dormir é praticamente uma hora sagrada, é quando repasso como foi meu dia, o que eu poderia ter feito diferente, e é quando as minhas melhores composições e idéias surgem. Já cansei de estar deitado, do nada levantar e vir escrever no blog porque tive um estalo.

Queria eu poder dizer para as pessoas que passam o dia inteiro ao meu lado, não fisicamente, mas em pensamento, que não importa o que seja elas estão comigo. Ou então, dizer para os amigos e amigas com os quais perdi o contato com o tempo, mas que me fazem falta em algum aspecto, que em alguns dias ou em alguns momentos específicos eles surgem na minha cabeça. Que eu me lembro deles com afeição. Aliás, que bacana seria se todo mundo pudesse dizer essas coisas pras outras pessoas. Essas coisas que de alguma forma possuem diversos bloqueios para saírem da idéia e transformarem-se em palavras, seja timidez, seja o medo de parecer tolo, seja qualquer tipo de impedimento social, desses tantos que levamos conosco. É quase a mesma coisa do dizer eu te amo, que hoje em dia vive uma situação tão paradoxal que é mais fácil e costumeiro dizermos eu te amo a todo mundo que não amamos do que conseguir dizer pros que sentimos alguma coisa.

Eu gostaria de poder dizer, por exemplo e sem soar piegas, para a minha mãe e especialmente para a minha avó (visto que vejo minha mãe todo dia e minha avó raramente, não por falta de oportunidades) o quanto eles são presentes na minha vida, mesmo quando estão longe. O quanto eu penso várias vezes ao dia com carinho em ambas. O mesmo vale para meus amigos, que hah, não vou citar nomes aqui porque eles lêem e sabem quem são e meus bloqueios permanecem até quando escrevo, o quanto de alguma forma eles estão sempre presentes. Mesmo que se passem dias, semanas ou meses sem que troquemos algumas palavras.

Eu sei que esse texto sai um pouco do padrão gabs de ser com que a maioria está acostumada. Mas é que entrei numa comunidade do orkut que me fez pensar um pouquinho nessas coisas. É coisa de filme a idéia de, por exemplo, você com sessenta anos ficar sabendo que durante toda a sua vida alguém esteve pensando em você com freqüência e com carinho e que você nunca soube, porque as pessoas não dizem isso umas pras outras com freqüência, e que se soubesse de repente faria seu dia um pouquinho mais feliz. Ou então, toda a sua vida, em casos mais específicos.

Eu não sou um cara que acredita em destino. Eu não acho que as coisas acontecem porque tem que ser. Elas acontecem porque nós fazemos acontecer. Eu infelizmente não tenho o conforto de ser um conformista, a mim sobra o martírio do covarde, aquele que não é capaz de dizer o que eu gostaria, sempre, ainda mais quando se trata de sentimentos bonitos. É muito mais fácil a crítica que o cumprimento. É muito mais fácil a declaração de ódio que de amor. O xingamento do que o elogio. Aos que são importantes, considerem-se declarados.

Passei o dia inteiro pensando em você – eu juro.

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Pós-Escritos:

Comentários inesperados no último post. Fiquei feliz, de verdade. Também pelo anônimo, que não deveria ser anônimo visto que eu não acho que instigo o ocultamento de ninguém – sou inofensivo, mas mais pelos outros.

Eu escrevo porque gosto de ser lido e gosto do diálogo entre partes. Gosto da discussão. O único motivo de ter mantido esse blog por já, meu deus, exatamente um mês (ele começou dia 14 de novembro) são os comentários. Mesmo que não se tenha nada a dizer, dizer que passou por aqui e leu meu texto já é importante pra mim. Agradeço.

E acho que alguém não vai gostar de saber que eu atualizei ele de novo sem dar tempo pra ele terminar de escrever o comentário do ante-penúltimo post, mas cada um com seus problemas ;P.

Pra quem chegar aqui e não tiver lido os dois anteriores ainda, eu acho que vale a pena. Considero o meu último post um dos melhores que já deixei aqui.

6 comentários:

Anônimo disse...

Como sempre tu continua mandando bem meu velho, e tudo isso me lembro muito meu EU, de as vezes nao conseguir falar e depois fikar se martirizando por arrependimento e tem uma parte também do outro post que ficou meio sub-entendido pra mim: Faça tudo valer a pena!!

Valeu cara
Teu post foi muito bom mesmo
Parabens!! ;)

Anônimo disse...

Muito bonito esse seu texto, é como em uma daquelas poucas vezes que tiramos todas as armas de auto-proteção, e dizemos o que de fato pensamos e sentimos.
Eu ainda tento compreender porque diabos o ser humano tem um problema tão grande em demonstrar sentimentos. Por mais que se diga trocentas características e possibilidades para isso, parece que nenhuma é capaz de descrever ao certo, ou nunca é compatível para todas as pessoas.

Mas, assim como você pensa em pessoas, estou sempre pensando também. ;p

As vezes é ruim quando nos fechamos demais nos pensamentos sobre os outros, e nunca colocamos em prática, como por exemplo, dizendo para estes, o que de fato nos fez lembrar dos mesmos. Isso sem dúvida, faria o mundo bem mais feliz. :P (Isso pareceu uma coisa tão ursinhos carinhosos. u_u')

Beijos. :***

Anônimo disse...

Pô Gabs, cadê a cretinagem? uahuaha
Quem não te conhece vai ler esse texto e vai achar que você é bonzinho (e gay, talvez) ;P

Ah, acho que esse bip acabaria com a graça de várias coisas, e se fosse ter pra coisas 'boas' deveria ter pra tudo.
Imagina você de tarde e surge aquele bip 'alguém queria que você fosse tomar no cú com carinho' ;]

Eu vivo pensando em pessoas em certos momentos, mas como você disse.. não é tão fácil assim falar pros outros. Culpa dos valores impostos pela sociedade!

Ps: eu sei que você pensou em mim com carinho! =*
Ps²: escrevi bastante, apesar de não ter muito sentindo, pra compensar a minha ausencia nos ultimos posts ;)

Anônimo disse...

Para mim nesse aspecto "sentimento", o ser humano pode ser resumindo em uma palavra, Medo.
Acho que neste mundo as pessoas mais felizes, são aquelas que não tem medo da reação da pessoa, da qual você irá detalhar a forma como pensa nela. São pessoas que pensam em sim e não.
1º - Ela irá gostar.
2º - Ou não.

Mas há males que vem para o bem. Acho que para alguns tipos de personalidade, esse "depósito" de sentimento é bom.
Ao longo de tantas situações, ao longo de tanto resguardo, a pessoa simplesmente "explode". E muitas vezes se coloca de uma forma tão bela, que não há modo de existir uma negação da outra parte.

E acho que isso ai. Uma frase da qual gosto de conservar comigo é: "Fale bem ou não, mas fale de mim". O importante é marcar.
Realmente gosto quando alguém vem para mim e diz que lembro de mim em determinada situação. Posso não demostrar, mas aquilo me deixa alegre.

Não gosto da idéia de simplesmente participar da vida da pessoa. Isso também é relativo se a pessoa está disposta a ser "marcada" por mim, mas isso é uma outra história.

Esteja presente. Tanto na mente de quem lhe ama, ou possui uma afinidade por sua pessoa, Ou na mente de Quem lhe odeia. :)

Anônimo disse...

Esse post de cima é meu tá? ;)

Gabriel Cal disse...

Meu quem? ;P Hahaha.