quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Meia Informação = Desinformação



Esses dias cheguei a uma conclusão, não existe nada pior do que “meia informação”.

Meia informação acontece quanto a pessoa que a emite considera importante somente aquilo que ela acredita ser, e não todos os “fatos de sustentação” que, como o nome já diz, a sustentam. As pessoas teimam em acreditar que todo mundo deve pensar igual a elas – precisam exatamente das mesmas “keywords” pra montar seu raciocínio sobre a dada questão e resolvê-la, ou absorvê-la, e não é bem assim!

Cada pessoa constrói seu pensamento de acordo com uma série de “fatos de sustentação” ou “keywords” diferentes dos de outras pessoas. De repente, pra compreender o que alguém quer me dizer, eu preciso de um detalhe que para a pessoa parece superficial, e para mim, alguma das coisas que ela tenha dito como se fossem importantes soam extremamente banais. É por isso que, quando você quer contar, perguntar ou pedir algo a uma pessoa deve sempre passar todos os dados de forma completa, e não somente o resumo que a sua mente fez com o que pra ela foi importante.

Na minha profissão, isso se chama “Briefing”. Um “briefing bem passado” é aquele que vem com tudo o que eu preciso para construir o meu raciocínio sobre o job, compreendê-lo e buscar nas minhas referências algo similar, me deixando apto a criar. É melhor pecar por enviar informações de mais, e até desnecessárias, do que simplesmente enviar as que você julga necessária para que a outra pessoa entenda, só porque com elas, você consegue entender – o que então, chamamos de “briefing mal passado”.

E em tudo na vida é assim. Porque vocês acham que surgem casos de “fofocas mentirosas” ou “pilhas erradas” todo o tempo? Excluindo, claro, os casos de crueldade ou desonestidade, as fofocas mentirosas e pilhas erradas acabam acontecendo porque alguém achou que devia dividir metade da informação ao invés dela toda, e dá merda. E ai alguém tem que limpar. O pior é que leva-se mais tempo limpando a cagada que a “meia informação” causa do que simplesmente passando tudo o que deve ser passado.

Algumas pessoas tem que começar a entender que, primeiro, para chegar num mesmo lugar algumas pessoas precisam de caminhos diferentes do que os seus, segundo, tirando a mãe Jean Grey e o Professor X, ninguém consegue ler o seu pensamento ou adivinhá-lo, e terceiro, o fato de alguém precisar de mais informações para entender o que você quer dizer não faz dessa pessoa uma idiota, e nem você tem o direito de tratá-la como tal por isso.

Meia informação é desinformação, e tudo que desinformação trás é problemas – e pra que ficar resolvendo problemas se você pode evitá-los?
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PS: A ilustração do post é da série Gossip Girl. Não achei nada melhor.

2 comentários:

Liene disse...

Então... Nem sempre meia palavra basta? =D

Gabriel Cal disse...

Exato, e não existe bom entendedor.