terça-feira, junho 30, 2009

I Will Never Love You More


[o texto fica mais bacana com a musica de fundo]

Preciso confessar que já fazia algum tempo que eu olhava pro lado e enxergava na dos outros algo mais do que a minha tinha. De uma forma machista, pensava em trocar o meu amor por um mais novo, mais bonito, mais moderno. Queria uma que coubesse mais na moda, que fosse mais funcional e mais divertida – precisava de uma mais completa, a minha não atendia mais à todas as minhas carências e necessidades.

Falei publicamente que queria trocá-la. Comecei até a pesquisar e procurar com afinco alguém que a substituísse à altura. Meus amigos diziam que eu não devia fazer isso, que ela era linda, ficavam impressionados com como ela fotografava bem. Mas eu não... já tinha me acostumado com ela, e como em todo relacionamento longo deixei de perceber tudo o que ela fez por mim nesse tempo, tudo o que nós vivemos juntos – os tropeços, as noitadas, as mensagens e pessoas que conhecemos.

Então, ontem, ela decidiu que bastava. Que se eu realmente não a queria mais, que ela também não queria ser mais de minha posse. Irritou-se de uma forma enlouquecida, e procurou na internet um programa que a deixasse mais moderna, que a atualizasse, acabou encontrando um que prometia tudo o que ela buscava – apagar qualquer vestígio meu da sua memória, me deixar para trás, me esquecer e esquecer tudo o que vivemos, todas as nossas experiências juntos. E conseguiu.

Ontem, minha Sony Ericsson k850i apagou todos os meus dados da sua memória, talvez inspirada no filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança, talvez cansada de ser maltratada. Hoje, eu me arrependo de não ter dado a atenção necessária... de não ter salvo meus dados no Chip de Memória toda vez que ela me alertava que se eu continuasse tratando-a desse jeito ela me deixaria.

Perdão, perdão... Sinto sua falta, falta das nossas memórias, de todas as mensagens comprometedoras que perduraram por tanto tempo nas nossas memórias, dos telefones que conseguimos com tanto custo nas baladas, e daqueles números que poderíamos recorrer em um dia ruim... Espero que hoje, você saiba, que nossas experiências foram únicas e que eu as valorizo muito, e embora você tenha esquecido, farei de tudo para que as próximas sejam ainda mais incríveis.

Com carinho,

Gabriel Rodriguez Cal.


3 comentários:

Ugo Portela disse...

aeehuahuaeehuahuaeehuaea,nerrrrd

fezo! disse...

Sensacional!

Se bem que eu não posso falar muita coisa... Eu mesmo atropelei meu último cel, coitado.

Francy disse...

Que triste... x_x
Me senti assim também quando roubaram meu celularzinho querido. Eu cuidava tão direitinho dele, nem nunca tinha deixado cair no chão, ou no vaso sanitário.

Agora é cuidar direitinho dela pra não acontecer mais isso, né.