sábado, julho 21, 2007

Um pouco de auto-conhecimento.

Eu sou da filosofia de que pra conseguir entender e compreender as outras pessoas, se tornar um comunicador, uma pessoa social, sociólogo ou um empático qualquer, é necessário primeiro que você conheça de forma razoável a sua própria pessoa – o que pode ser uma tarefa extremamente interessante e exaustiva, visto que a grande maioria das pessoas possui barreiras tão altas que nem mesmo eles conseguem perpassar.

É óbvio que é fundamental a influência social e espiritual dentro dessa questão. Saber e ter convicção naquilo que você acredita – na sua fé, sua religião ou seu culto que seja, ou a inexistência dele – é crucial para poder compreender um pouco de você mesmo. Assim como a cultura de onde você vem também é fator importantíssimo, se você é americano ou chinês, de qual região do país você vem, qual a sua origem social, sua formação pessoal, as éticas e as morais da sua civilização, e tudo aquilo que Durkheim chamaria de “consciente coletivo”.

Porém, eu deixo tudo isso para as pessoas chatas discutirem e estudarem. Eu gosto mesmo é das questões pessoais. Das peculiaridades.

Quer dizer... eu parto do princípio que todo mundo é um pouco surtado. O que é a mais pura verdade do universo, e talvez a única. Não existem pessoas sem manias, peculiaridades, pequenos defeitos ou coisas que fazem com freqüência e que praticamente definem, ou se não, enriquecem, a sua personalidade. Tendo isso em mente, para que você possa se conhecer bem, é necessário que você saiba qual as suas peculiaridades, quais as suas “questões pessoais”.

Eu sou cheio de manias, por exemplo. Costumo brincar com os outros que tenho alguns comportamentos obsessivos compulsivos, o que não deixa de ter alguma verdade. Coleciono coisas desde pivete... no começo colecionava selos, induzido pelo meu avô, e moedas antigas. Ainda devo ter isso em algum lugar. Quer me fazer feliz? Me dê um álbum de figurinhas com vários pacotes e isso me diverte pra sempre. Mais tarde colecionei maços de cigarro e latinhas de cerveja, mas quando mudei tive de dar um sumiço, foi pro lixo. Hoje em dia coleciono CDs e DVDs. Mais caro, porém, mais sadio.

Uma outra mania é lavar a mão sempre depois de comer, raramente antes. Meio nojento, eu sei. Eu também fico desenhando na porta do box quando tomo banho, e meus banhos são sempre fervendo. E eu desenho sempre o mesmo símbolo que não sei de onde vem. Eu rôo unha, estalo os dedos, preciso ir no banheiro quase sempre depois de comer. Yuck. HAEUAE.

Eu costumo pegar a forma de falar das pessoas muito rápido e involuntariamente acabo incorporando algumas das palavras ou sotaques no meu. Eu observo muito, mas falo muito também. Principalmente quando eu estou nervoso ou querendo ser bacana. Quando eu estou mais tranqüilo ou meio pra baixo costumo ficar quieto, e fazer comentários ácidos e irônicos.

Torço pro Palmeiras e nunca gostei de futebol, até um ano atrás. Jogo videogame, meu computador só serve pra jogos e textos, sou um “game maníaco” nerd. Fato. Mordo o dedo quando to entediado, e as vezes os lábios em algumas situações. Coço a nuca quando estou envergonhado, clichê, eu sei. Quando eu chego em casa a primeira coisa que eu tiro é o relógio, eu odeio relógios e tenho preguiça de olhar os analógicos, mas só me dão analógicos, então eu fico com preguiça de olhar todos os meus relógios.

Às vezes eu prefiro muito mais fazer alguma coisa em casa do que sair. E quando saio, prefiro bem mais um barzinho mais suave do que uma balada. Se o barzinho tiver sinuca, melhor ainda. Eu curto competir. Eu sou incapaz de ir sozinho no cinema. Eu costumo xingar as pessoas que eu gosto, é uma forma de demonstrar carinho sem passar vergonha. O problema é quando elas não sabem disso. Eu odeio passar vergonha, do tipo, odeio muito. Não me faça passar vergonha.

Enfim, deu pra entender mais ou menos que tipo de peculiaridades eu me refiro, não? Então, quais são as suas?

3 comentários:

Pssora disse...

gostei muito.

Liene disse...

Quando eu era pequena eu sofria demais com um esqueminha assim: geralmente antes de dormir (mas em várias outras situações) eu, por exemplo, alongava os dedos da mão direita. Aí, na minha mente, uma barrinha vertical e verde ia subindo. Quanto mais alongava, mais ela subia. E a barrinha da esquerda não queria ficar atrás. Então lá ia eu alongar a mão esquerda também. E alongava muito. Mas eu sou canhota e torcia sempre pra barrinha da esquerda. Por isso, a barrinha da direita era muito mais rápida, mesmo se eu alongasse as duas mãos igualzinho, só pra que aquilo nunca parasse.

Isso era muito mais freqüente quando eu era mais nova mesmo, mas ainda sofro disso. Sempre que eu disser aquilo de "o outro lado tá com inveja, preciso fazer nele também", na minha mente estão as barrinhas verdes.

Essa é uma das minhas maniazinhas. Acho que todo mundo realmente tem um monte e se eu ficasse pensando poderia listar várias. Mas resolvi deixar só por essa. Afinal, em nenhuma outra situação eu poderia contar isso pra alguém, não podia perder a oportunidade. Tanto é que guardei isso por anos sozinha.

Manias são legais. :D

Liene disse...

Caso não note, comentei nos posts de quando eu tava lá onde não existe civilização, e por conseqüência, não existe computador. Nem internet. Nem água encanada.

...

Ok, água encanada tem.